O sol que carrego no olho
as vezes desgasta e se põe
no meio do carnaval.
O brilho das lantejoulas
espalha mais alegria
que a dama do meio dia
marcando passo na pista.
Nem tudo o que está à vista
está ao alcance do olho
e às vezes o olho alcança
o que só enxerga o artista
Meu olho é como um sinal
de mais, ou de menos, depende
tem hora que não aprende
nem mesmo a lição mais tola.
Às vezes eu que escolho
ás vezes sou excluído
por minha torta retina
Meu olho tem uma menina
fazendo estripulias
ora eu mando, ora ele guia
ora chora, ora espia.
É no meu olho doído
que a poesia se espanta
e sai rasgando a garganta
feito uma unha roída