Não aspiro ar de avião
Sobrevoo mundos em panes de papel
Com sonhos sem cera selados ao chão
Sou Ícaro sem Santos sou pássaro errante
Voando nas páginas de antiga paixão
Construo hangar com velhos papéis
Moldando minh'alma sem autocompaixão
Remonto estória história retórica lorotas...
Nos lixos nas lamas das inglórias de então
Sou fruto das sobras de todas as horas
Amontoadas nos antros de perdição
Entre tantas pistas de morte precoce
Procuro aterrissar sem discriminação
A cada sinalizador guiando humildade
Sigo sempre nova peregrinação
Pois na alma insana nos guetos lavada
Renascem os sonhos de salvação