Sentira a prova de cura
Sentira a pura culpa
Sentira a mera indolência de paixão
Que acelera o coração
Que impera a impotência da ação
Que lidera a condolência da comunicação da alma
Que limita a interação dos lábios
Sentira a contrária culpa de sentir
Libitina ânsia de trilhar um novo labirinto
Sentira a falta do afago do amor
Que de simples és cúmplice solidão
Sentira o sentido próprio da imperfeição por buscar a perfeição
Por saber que és humano
Sentira a sensação de ser poeta em cada inspiração
Por saber intercalares versos de um modo empírico
Bobo és tu coração épico de poeta
Que chora e expele fulguras de sentimentos inacabados.
Assim ser um mero mortal com sentimentos imortais.
Poeta templário que desvenda os mistérios da epacta de cada ano
Sabe sentir contrário a si, entender mera complicação.
Beija o sol sem medo de queimar os lábios
E assim toda culpa é remetida a ti poeta
Que canta o amor como o maestro que conduz um férvido concerto.
Como sublimação intrínseca de uma partícula maior
A lei do poeta não é egoísta, é recíproca e generosa ao eu lírico.
Lei dos loucos aos olhos de quem nada ver
Lei constituída por póstumos parágrafos que dispensam Vade Mecum.
Lei onde perder é ganhar, quimera assim ser.
Onde o simples e singelo são parágrafos únicos.
Onde a prisão é sinonímia de satisfação.
Quimera assim ser poeta
Ser o advogado fiel às leis do coração
Defender a nobreza que nenhum rei possui em sua totalidade
E assim ponderar a realidade
Para defender a quem vence o vencedor!