Aos poucos morre o velho ancião
Que em passos lentos caminha
Já quase sem visão
Tropeçando em sua bengala pelas ruas
Seus cabelos estão caindo
Em sua cabeça só resta vagas lembranças
De sua juventude
E uma névoa branca
Que não o satisfaz
Sua pele destruída pelo sol, enrouquece
O paladar já não distingue o doce do amargo
O vulto dos carros que passam pelas ruas
Agora não deixam barulho
O velho ancião sofre e a morte demora
O sábio ancião que viveu os prazeres da vida
Hoje chora e pede a morte aos deuses
Seu passado glorioso ficou ofuscado
E de que sentido teve sua vida?
Ezequiel Lima