Poesia

Óleo sobre tela

As flores choram na poeira do concreto
Sob um rosário de antigas lamentações
E tormentos de calcinados ossos de homem;

Um coração verde suspira machucado
Cultivando suas sensíveis artérias
Nas últimas vísceras da pedra cozida;

Frágil resistência da armadura ante dura vida
Contra o negrume que sufoca e queima a terra
Para derradeiras corridas de despedida;

Mas o último deus sol no Olimpo ainda em festa
Anuncia ressureição em todas as manhãs
Com novas moleiras em antigas soleiras;

E meu "Eu" poeta teimoso manobra a pena
Com a sobra do óleo na tela da insanidade
Dos dementes mentores de mentes duras;

Nossa triste sina que assim nos ensina nossa falta de canduras!

Kal Angelus Kal Angelus Autor
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