Poesia

A arte do tempo

“Uma lembrança / que traz de volta / uma dor antiga / uma ferida que é uma boca / de tão aberta / E esse peito / está tão cinzento / que chego a pensar / que chove nas vísceras”.(Fragmento de Oferenda - Paulo Veras)

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A policromia se esvai
Pigmentada pelas recordações
De antigas retículas inconsistentes
Insistentes...

Negativos da "aborrência"
Sob a luz do estouro dos casulos,
Indiferentes ao enquadramento do tempo
Momentos atemporais...

Teimosos sombreamentos
Desde a captação do instante
De lembranças sempre impiedosas
Tampouco cuidadosas...

Falsa liberdade
Ontem
Constante...
Borboletas em frenesis,
Retrato presente
De cor
E dor...

O velho álbum desenganado
Guardando sozinho em prantos,
O agora sorriso Preto e Branco
Alma incolor...

A arte do tempo
Jamais se negará a revelar
Os desfoques dos falsos encantos.

Kal Angelus Kal Angelus Autor
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