A solidão é fera e devora até os homens
Pedaço por pedaço vai roendo a cor da alma
É a morte ainda em vida mesmo com outro nome
Deserto abandonado em plena multidão
A solidão é fato, e mora em nosso peito
Silêncio assim sem jeito, Saara em escuridão
Calando a luz do sol, murchando o universo
A noite dos seus versos tem negra inspiração
A solidão é foda e devora até as feras
A lua faz-se ausente e brilha pra ninguém
O olho quando chora expulsa uma tristeza
A solidão dos homens é terra de ninguém
A solidão é funda e afoga qualquer mágoa
É água de cacimba em tempo de verão
Transforma lama em pedra e nunca que se apaga
A chaga solitária do fim da ilusão