Assassinaram o padeiro
E quase ninguém chorou a ausência do pão;
Ficou o silêncio “Bristol”!
Meu concerto matinal
Agora é apenas lembrança nas manhãs
Atropeladas pelos roncos dos motores.
Minha poesia ingênua
Das reminiscências de menino
Também foi sufocada pelo negrume do asfalto.
Não ressuscitaram
O padeiro e os pães continuam sepultados
Nas prateleiras sem nostalgias.
Numa manhã qualquer
Uma esquecida vitrola ainda canta
A saudade de outros dias:
“Olha o padeiro entregando o pão,
De porta em porta entregando o pão...”
Menos naquela, aquela, aquela, aquela, aquela não...”