Última flor do Lácio, inculta e bela,/És, a um tempo, esplendor e sepultura:/Ouro nativo, que na ganga impura / A bruta mina entre os cascalhos vela...(Olavo Bilac)
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Não ando na sua moda,
Pois refugo a onda do modo
Do seu politicamente correto.
Apenas mastigo o gosto anímico
De um outro soldo poético.
Minha moda já se perdeu
Nas ondas de um outro tempo
Engolido pelos monstros da Tv.
Meu modismo é ultrapassado,
Ofusca o brilho do culto alinhado
E assanha o laquê sem trança
Na fronte da mente alijada
Pelos livros de capa dura.
Minha moda vive na alcova
Das angústias da mimese
Sem as palavras modificadas,
E guarda à sua porta um recado
aos navegantes desavisados:
- Quem muita tela vê, pouco lê!
E neste meu mundo pouco singelo,
Minha revolta mastiga e rumina
A essência do que não foi corrompido
Pelo modismo das ondas do inculto e belo.