“Fazer da brisa um traje sem medida / E do arco-íris fazer um tobogã. / Amar as mínimas coisas da vida. / E ter no olhar as luzes do amanhã.” (Affonso Manta)
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Ah! Veja o repetido cortejo da miséria
Triturando os ossos sobre o asfalto
Enquanto um poeta exalta o amor;
Ah! Cheire o odor de uma outra Era
Exalado das covas da última quimera
Enquanto um artista pinta o amor;
Ah! Sinta a morbidez dos brilhos
Repassada na comodidade aos filhos
Enquanto o sarau declama o amor;
Ah! Reveja a dor dos poetas peregrinos
Que se entregam à dor em seus desatinos
Enquanto outros cantam o amor;
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Ah! Veja, cheire, sinta, reveja...
A exaltação efêmera das artes do amor
Em meio ao clamor dum poeta em dor.