“...medo de se iludir (...) recusar a mais bela aventura do mundo para não se arriscar a uma mentira...” (Sartre, In: “A idade da razão”)
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Perdoa-me!
Por não mais te olhar com amor em vão
E aprender neste nosso instante derradeiro
Que angústias germinam num incauto coração,
Faceiro entregue às artérias da ilusão;
Perdoa-me e te confesso: tenho medo!
Não do fogo passageiro queimando as entranhas
Do meu imberbe sonhador de loucas paixões,
Mas da abstrata dor dilacerando a alma
Dos que reacendem passageiras ilusões;
Mais uma vez, perdoa-me!
Mas não me prenderei aos soluços dos teus pesares.
Tenho que reacender o fogo das minhas paixões,
E neste meu instinto selvagem recém-atiçado
Novamente sentirei mordidas: Incisivas, caninas e molares...!