Poesia

Os espectros do amanhã

“Um fantasma é tão real / como a fachada gótica / de uma catedral”. (Ledo Ivo)

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Um espectro desfila na tua calçada
Abismado com tua nova imagem;
Ele ressurgiu do abismo do falso lirismo
Perdido nas ruínas da tua maquiagem.

Vencidos pela força da forca do tempo frio
Aguardam alquebrados os desatinos da vida
Não há isentos das (in)glórias deste útil mundo
Que sorrirá na última manhã cinzenta de estio

Somos todos fantasmas do mesmo amanhã
Entregues à forca da força de diversos tempos;
Somos a ignóbil resistência das (in)úteis horas
Ante aos ponteiros e seus frios contratempos.

Em cada desespero das horas mortas
Um novo espectro rondará nossa cidade
Sedento das outrora vidas e glórias
Perambulando carente com suas histórias.

Kal Angelus Kal Angelus Autor
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