Oito horas novamente,
passos aleatórios
sigo em frente.
Luzes ao longe parecem vitrais,
então de repente
me prendem, distraem.
Curvas adentro
rumo afora,
leva-me noite,
me deixe ir embora.
Estrelas cintilam
num escuro sutil,
almejo euforias de um velho vinil.
Encontro meus cúmplices
dessa dor lacinante.
Odiando a vida
vivemos errante.
Debaixo de árvores
sobre as calçadas,
olhos vermelhos
de vistas cansadas.
Movidos a álcool
garrafas ao centro,
vinhos e vodkas,
queimamos por dentro.
Hipocrisias sociais
Embaçam nossa visão.
Somos alieníginas
num mundo de solidão.
Às vezes há brigas,
desentendimentos,
é só pura tristeza
que nos deixa ao relento.
De repente me assusto,
já amanheceu,
espero outra noite,
e abraço Morfeu.