Poesia

Vindos de Marte

Vindos de Marte

Oito horas novamente,
passos aleatórios
sigo em frente.
Luzes ao longe parecem vitrais,
então de repente
me prendem, distraem.
Curvas adentro
rumo afora,
leva-me noite,
me deixe ir embora.
Estrelas cintilam
num escuro sutil,
almejo euforias de um velho vinil.
Encontro meus cúmplices
dessa dor lacinante.
Odiando a vida
vivemos errante.
Debaixo de árvores
sobre as calçadas,
olhos vermelhos
de vistas cansadas.
Movidos a álcool
garrafas ao centro,
vinhos e vodkas,
queimamos por dentro.
Hipocrisias sociais
Embaçam nossa visão.
Somos alieníginas
num mundo de solidão.
Às vezes há brigas,
desentendimentos,
é só pura tristeza
que nos deixa ao relento.
De repente me assusto,
já amanheceu,
espero outra noite,
e abraço Morfeu.

Raphael Rodrigues Raphael Rodrigues Autor
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