Poesia

Ser Interior

Ser Interior

Só escuridão,
o ventar é frio,
desmedidamente cruel.
Só frustração,
um nojo próprio de repulsa,
calibrado com a ânsia que jaz em mim.
Não queria ter nascido;
terrível desterro esse meu,
de estranhos desumanos.
Só confusão,
alucinações no sono,
onde sonhos pavorosos
fazem jorrar o sangue da angústia.
Não se sabe o melhor,
que triste dualidade!
Estando acordado,
meu interior extirpa a felicidade.
Estando dormindo,
os espectros do mal
me perturbam na terra dos infelizes.
O Vagar nos pântanos,
com os pés afundados na lama gélida,
as máscaras se revelam,
as sombras me invadem,
triplicando a dor do ser interior.
O aperto da alma estrangulada,
que é imortal e clama incessante
por uma aniquilação eterna.
O vômito da verdade,
que abusa e debocha do meu rosto.
Na noite sem lua, sem estrelas!
Inda existe um abismo,
pior que a mais severa moléstia humana,
a prisão do meu interior
nos mais duros grilhões do sofrer.

Werton Fonseca Werton Fonseca Autor
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