se antes não me querias
por que me queres agora
quando a vida já não demora
a te deixar tão sombria
eu calado platônico
sonhando tuas curvaturas
e o mundo correndo atrás
das tuas envergaduras
antes à minha porta
um vulcão em erupção
agora apenas o mormaço
de um fim de estação
agora que a sombra se esvai
mostrando as rugas do tempo
tu bates à minha porta
pedindo sombreamento
tuas rugas refletem as minhas
no espelho da ingratidão
as tuas de buscas insanas
as minhas de imperfeição
não fui o dono do dote
da tua louca premiação
tinha apenas papel e tinta
para minha peregrinação
o mundo nos fez distantes
entre pontes de ilusão
o rio que separava
une dunas e imperfeição
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se antes não me querias
por que choras tua inglória
se sabes que te bem quero
para viver outra história