"...O vazio espera certo todos que tecem o vento..
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Nesta horda de clarins e luzes
Desperto minha manhã sem festa;
Infesta-me a sombria bruma de estio
Na consciência da incômoda heresia:
Fugir de ti no mormaço da noite fria!
Saltimbancos condenam-me, condenam-te...
Pela hipocrisia da nossa ruína gélida;
Nas noites turvas silentes calmas
Nenhum pecado é mais mortal
Do que o abraço frio da alma!
Somos paixão ao vento tecelada em vão
Na lívida noite que vazia desperta.
Acordamos à mercê do sagaz novelo
Entregue às mãos de quem não o aperta
E vive no vazio de na vida não tê-lo.
Não mais me condeno, nem te condeno...
Tecemos ao vento a nossa sorte;
Manuseando nossos próprios deslizes
Temos medo de um grande amor
Que nos torna um tanto infelizes!