Em toda manhã,
O vento amanhece no asfalto:
Enquanto rostos retocam maquiagem
Dos descasos de sonhos guardados;
Em toda praça,
Entre desafinos e descompassos:
Fantasmas descansam disfarçados
Fugindo da nova vida de gado...!
Em cada rua,
Com glórias e trapaças:
Ratos compram ratoeiras
Hodiernas ambulantes perfumadas...!
Em cada calçada,
Vazia já sem almas:
Apenas espectros e ossos cansados
Nos novos currais eletrônicos de gado...!
Ao final desfecho tarde,
Vento adormece nas árvores:
Esperam palavras chorosas passadas
Nas vestes de um poeta cansado;
Na brisa de cada noite,
Vento brinca na soleira vazia:
Gatos limpam resíduos guardados
Das sobras de vidas passadas;
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Na calmaria passageira da tempestuosidade
Todo vento cansado de brisa mansa
Revolve enxurrada da ventania guardada
Sentindo falta da brisa da impetuosidade.
E novamente amanhã,
Entre as cercas dos currais do tempo:
Ratos
Gatos
Gados....
Brincarão de sobreviver lado a lado.