"Todo dia ela passa, vende seu cafezinho nas portas dos refrigeres das cavernas dos templos de inutilidade à alma; vai sugando a sobrevivência do dia-a-dia em pequenas doses que aprendi a beber calado..." (Kal Angelus)
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Minha outra alma vende dose de cafezinho
Dia-a-dia vai esburacando a terra em rotina
Enquanto esta não lhe bebe de uma só dose;
Minha outra mesma alma bebe cafezinho
Nos refrigeres das cavernas de consumo frio
Enquanto outra cova lhe aguarda no cio;
A minha face de uma só alma e sorte
Se divide entre a dose e a mesa farta
Dos convívios, guloseimas e certa morte;
Entre o falsete da minha dose e o outro lado
Vivemos o antagônico dos cegos de vida:
Sobreviver sorrindo, enterrar-se calado...!