Poesia

ESTRIBO

ESTRIBO

Estribo enferrujado,
Sujo de poeira,
Um vaqueiro sem trabalho
Com o fim do boi campeiro.

Vive hoje lá na roça,
Acorda antes do dia clarear.
De cócoras esquece a vida,
Espera a miséria passar.

A velhice, uma esperança
De aposentar-se no Funrural,
Que quebrou a previdência
Sem sequer nos fazer mal.

Não importa mais a saúde,
Perdida na desnutrição.
Oh! tempo de labuta primitiva,
Uma insegurança com razão.

A barriga meio vazia,
O neto chorando de fome,
A capacidade do nada fazer.
Apenas esperar, esperar, esperar.

Ilustração Moisés Martírios

João Freitas Filho João Freitas Filho Autor
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