Poesia

Alma de Apolo

No dia em que nasci, fadou-me Apolo / A uma vida de júbilos e penas; / De ânsias divinas e emoções terrenas; /E eu com este destino me consolo. ((Da Costa e Silva)
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Se bem me conheces,
Bem sabes dos meus salmos
E dos coros onde a ti evoquei;
Com minhas dores escrevo meu canto
E componho meu próprio refrão!

Apócrifo, muitas vezes digo não.
E ao pedido de sim dos céus,
Desvio-me dos corretos querubins...
Mas, na morte e no nascer dos dias,
Ainda sonho sonhos de salvação.

Faço nos corredores dessa escarpa
Um atalho à tua alma junto a mim;
E, se bem mesmo me conheces,
Bem sabes que não uso seda
E nem tenho cheiro de jasmim.

Sou viajante célere ao calvário
Com pouca roupa e pouco cheiro
Moldado nos meus muitos desenganos.
Sou esta errante alma de Apolo
Num invólucro de Vulcano!

Se bem mesmo me conheces
Salvar-me-ia dos meus próprios danos.

Kal Angelus Kal Angelus Autor
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