Poesia

(Re)modelagens femininas

(Re)modelagens femininas

Entre modelagens à parte,
Umas seguem as orientações em seu rótulo,
imersas nas paredes de sua caixa,
remodelando seus gostos
conforme o consumo posto

Outras se reconstroem diante do que lhe foi imposto,
Definem seu gosto, corpo e rosto
E seguem abrindo janelas,
Brechas de desvio
de sua fôrma fabril fordista

Pórem, esta diferença gera desgosto,
principalmente ao bolso,
restando à sociedade
reforçar seus parafusos,
mostrando que o melhor caminho
é seguir o mesmo curso

Mas quem sente ares diferentes,
Não cabe mais a mesma fôrma.

Por mais que apertem seu juízo,
Sua engrenagem já faz outros giros,
E veem novos caminhos de moldes
contra sua produção em massa,
percursos de um movimento contínuo
de afrouxamento da máquina social
até que possam sair de suas caixas,
até que objetos se tornem sujeitos,
com próprios moldes, gostos e eixos.

Suzianne Santos

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