A arte é o espelho encantado da vida
A arte é a alma da vida banal
Os olhos do artista são um arco-íris
Fotografando a paisagem de forma invertida
Decompondo a imagem sem deformar o real
Ah, bendito poeta, que enxergas a graça
Onde tudo é só tédio
Dissecas a beleza encoberta por músculos
Descobres ternura em amargos remédios
E faz o seu escritório nos bancos das praças
E o compositor de hinos
Que escuta as dores dobrando nos sinos
Sob os tiros de guerra que ecoam no céu
Harmoniza os ruídos com uma flauta de circo
Encantando ouvidos e embalando os sonhos
Pintores divinos que mesclam os lápis
Recriando o universo com tinta e pincel
Dão vida às criaturas como um prisma das cores
Coleção infinita repartida entre as mãos
Cineastas, teatrólogos, fotógrafos, escritores
Que seria da vida sem teus olhos de mel
Adoçando a ferida, dourando destinos
Salpicando de estrelas o chão aos meus pés