Poesia

Morte por Epilepsia

Morte por Epilepsia

No limiar daquela escuma de tormentos,
sobre a fúnebre lembrança do teu rosto.
Desfaço-me de amor e tristeza nesses sonhos.

Se um mover ainda embala meu coração,
é a presença fria de um momento de desgosto.

Como impera a pálida lua nessa aurora!
Onde nem o vento ávido vem me consolar.

Se ainda penso em viver alguns instantes,
baseio isso no pulsar da tua vida,
que ainda mexe com meu seio varonil,
onde nem a morte poderia transcender,
mesmo que flores torpes participassem
da tua beleza na sepultura gélida.

Ainda que o aspecto sombrio da morte
perpasse sobre a lápide do teu repouso.
Inda sinto a virtude do teu amor,
o soar das canções que me encantaram,
estão aqui, posso sentir agora...
Estão tão presentes que gemo de dor.

Não vás embora, por favor,
permitas que mais uma vez
eu desfrute do elo forte que nos uniu.
Antes que eu seja arrebatado,
de súbita vida que morrerá em mim.

2008

Werton Fonseca Werton Fonseca Autor
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