Poesia

Espasmos

O tempo foi embora
Na factualidade da vida
Tal qual o dedo na ferida
Tal qual a rigidez da aurora
O tempo foi para além dos tempos
Perpassar o espaço derradeiro
Corroendo a imensidão dos montes
Do esforço útil e pioneiro
De amar mesmo sem medida
O tempo é mesmo o dedo na ferida
Nesta ferida que aflorada chora
E inutilmente vai seguindo a vida
Perdida em meio a coisa preferida
E com medo de perder a hora.

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