Enrolada num lençol egípcio
De mais de 180 fios entrançados
Que impede uma visão do corpo nu.
Sobe ela a escada de madeira.
Em cima, o ninho do amor revolto:
Travesseiros ao largo desalinhados,
O controle do ar condicionado no tapete.
Inclina-se faceira em busca da calcinha,
O jeans amarrotado adentra colado no corpo,
Já não mais se nota o machucado da noite.
A blusa decotada transparece a diversão de ontem,
No cheiro de cigarro que faz lembrar a boate incivilizada.
Um copo de leite de soja AdeS quase gelado.
No elevador, o bom-dia para a vizinha do andar superior,
Com o terço na mão e desaprovação no rosto.
É domingo, o compromisso é de dormir mais um pouco.
Obra registrada no EDA.