Poesia

o sono

É através do sono
que o homem é verdadeiramente soberano
Não é na guerra, expandido seus domínios
nem no trabalho, erguendo catedrais
tampouco na arte, imitando deus
É no ato de dormir ao abandono
que se dá a entrega total
plena e absoluta
do homem sobre si mesmo

Acordados, somos limitados
Cobrimos nosso sexo
-não por razões de saúde, mas de ordem moral-
e nos reduzimos à submissão dos pecadores
Com exceção dos índios e dos bebês
-que andam nus sem temer o pecado
exercendo livremente a sua soberania-
o homem já acorda vestindo sua culpa


É através do sono
que o homem é verdadeiramente soberano
despindo-se de todos os seus temores

Dormir é como morrer com a certeza de que voltamos
...mais moços e mais corajosos

Pedro L R Pereira Pedro L R Pereira Autor
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