Queimei meus navios e comprei livros:
a herança de sonhos é mais venturosa.
Enterro cada bezerro de ouro
para viver os dias que não tive.
Lanço fora os palácios de platina
e me lanço à aventura das catedrais.
Bebo cada idéia com a avidez dos profetas
e trago a fumaça da espiral dos séculos.
Amo como um cego faz a adoração da luz:
sem ver mas sabendo-a em sua retina.
O brilho das palavras abençoa os pecados
e escala a montanha que esconde o sol.
Benditos livros que redimem a miséria!
Sagrados versos que iluminam os passos!