Poesia

UTOPIA ABORTADA


Usurparam as cores do dia.
O nervo óptico é incapaz de tal percepção...
Tudo que vemos são neblinas
Do frio dia sem vida,
do mundo caquético...

A nudez das palavras
rasga as entranhas dos complacentes,
tornando frestas de luz em vis coitas.
O dia findará.
A penumbra desabrochara as sofisticadas incertezas.

Quem dera o filosofar
fosse a engrenagem dos desencantados.
As horas arrastadas
embairam as endorfinas dos pensantes.
Evasão dos sentimentos...

Os sublimes trovadores
Ganharam a moeda miserável
e descuidadas quantias de sorrisos gélidos.
A eloqüência insana traz devaneios
de quimeras elucidadas pelos anseios.

A ausência de decoro conduzira
a utopia abortada sem trova,
sem rimas, sem versos.

Camila Karen Camila Karen Autor
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