Poesia

Oeiras não é mais a mesma de OG

Oeiras não é mais tanto
A mesma de OG

Os rapazes, ainda
Garanhões fogosos

Mas, as moças?
Libidinosas que dormem tarde
Alegres, em sítios burgueses
De alegres festas pela noite inteira

Nada casadoiras essas moças
Longe das igrejas

As igrejas... catedrais velhas
Onde só frequentam
Velhos
Preconceitos
E fuxicos

OGEIRAS

Cidade, história e descaso
Capuletos e Montéquios
Degladiam sua pura e Julieta política
Do leme ao cruz
Da Vitória ao Rosário
Tupamarus lobos e pavões de boca preta

Oeiras é um vale quente e esquecido
Gloriosa pelos áureos tempos idos
Sua fé é necessária para esconder
Seus escândalos

Onde
Todos são inocentes
Pois só sabem julgar os outros

Sua hipocrisia não escorre pelo rio subterrâneo
Que não passa
Que não lava
Que não existe

Oeiras é o busto de um O.G. triste

Márcio Mello Márcio Mello Autor
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