Na Praça Demóstenes Avelino
disparei um eu te amo
sem perceber que a palavra atira flechas
com pretensa ânsia de encontrar seu ponto atroz.
Minha expressão não era fugaz,
mas entorpeceu meus desejos,
sabores
e dissabores,
para que eu pudesse comungar com a tua natureza.
Tua natureza e teu martírio encantaram-me
quando percebi que nada passa de poeira universal.
Daí remeteram-me ao pó, e, deste, não sei se vou voltar,
mas o que sei é que disparei as palavras contra o nada,
tresloucadas.
Libertas pelas noites,
minhas palavras dormem
e nem sempre são despertas
(toda vez que vou ao centro da cidade
dou de cara com elas
na Praça do Fripisa)