(...era tempo de deixar o passado entregue à sua inquieta paz.” – J. Saramago)
Já sinto a sombra de outros lábios andarilhos
Nas curvas que me convergem a um novo amor,
Reacendendo esta chama teimosa por fulgor...
E virá a noite envolta em novos brilhos
A se esconder da brisa do passado distante;
Nesta dicotomia de paz e inquietação,
Viverei no presente - Esta nova paixão!
Caminhando e fugindo da estrada errante.
O passado sombrio murmura por todo canto
Relembrando odes de tempos inquietos,
Onde o amor adormecia em braços incertos...
Em nova onda veleja um novo encanto
Com arestas trançando outro limiar;
A minha paz inquieta vigilante na areia,
Passado triste – Ao presente presenteia!
Farol da experiência na dúvida a iluminar.
Que durma a noite sombria resguardada
Nos cantos escuros de amores desfeitos,
Relembrando dores, reanimamdo defeitos...
E ao coração que sem medo doou-se
Não mais deixarei a vida se desvanecer;
E antes que o amanhã tardio se torne o ontem
A perder-se em devaneios – Que o amor contém!
Esta inquieta paz do passado irá adormecer.
É mais sublime morrer sabendo o que é amar!