Já dez anos...
E tuas águas
transbordando meus olhos
Contemplo
de meus penhascos
e mangueirais
pequenas casas
-taipas de recordações
afogadas nas cheias
Jorra-me
tua lembrança
outra vez
-imagens
de febril espera
Aves rasantes
nos meus sonhos
retornam
E meu ser
perplexo
caminha sobre a fria areia
Olhos ouvidos
linguagem viva
em todos estes anos de ausência
Rio encantado
em meu quintal
num mar de sol
sobre casebres
assombrados
do meu jirau
O rio e a fonte
nesse rodopio
se misturam
beijando o céu
a terra
o mar
Filho da lua
em noites de prata
me ensinando
a pescar