Não
ainda não chegou dezembro
As nuvens
esperam a hora
de cair no rio
O rio que guarda segredos
e desvios
O tempo mudou a paisagem
Mas quando chega dezembro
as águas violentam
as paredes do cais
E se ouvem gemidos
de velhas figueiras
Fantasmas verdes
a puxarem os braços
embalsamados
no barro das ribanceiras
Antigas figueiras
na beira do cais
onde descansa
o canoeiro
que se arrepia
quando a cuia
com a vela derretida
some
no redemoinho das águas