Poesia

CLAUSURA

CLAUSURA

Uma solidão atroz
Na teimosia de existir
E de ferir, de ser algoz
No infindável ir e vir.
É até mesmo necessária
Ao encontro de si
É falta de paz diária
Que não permite o luzir.
Vem de longe, e da dor
Rasgando as entranhas
Também é próxima do amor
Tecendo suas artimanhas.
Bebe o sangue da vida
E o ar que se respira
Vem fazendo ferida
Que no triste se inspira.
É então na aurora
Das horas e da emoção
Que gigantes de outrora
Despertam o coração
A viver o que se tem
E recair em sagaz lamento
Ou ao que melhor convém
Nas alas do sofrimento.
Assim o brio desaparece
Primando pela clausura
E a espera então escarnece
Sem busca de vida futura
É o sentimento que adormece
À beira de sua loucura.

Adriana F Farias Adriana F Farias Autor
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