Cadáver de oito dias no leito frio da morte
ilha sem farol, alma magra, cão sem dono!
Abandono, ah o doído abandono...
Criança de oito anos no leito frio da rua
farol trocado, corpo adulterado, morto de sono!
Abandono, ah o estúpido abandono...
Soberano de oito décadas no leito frio da vida
olhos sem farol, compaixão de banqueiro, ingratidão de outono!
Abandono, ah o cruel abandono...
Fole de oito baixos, faca cega no leito frio de viúvo
farol sem brilho, cangalha esquecida, ponto final do engano!
Abandono, ah o inevitável abandono...