RISO MARGINAL
No palco do céu resplandece a interpretação,
Da são José o caminho ortodoxo,
No eterno vai e vem um pouco paradoxo,
De carros e pessoas em transação,
Pessoas reduzidas em suas individualidades,
Sem máscaras no plenário do sol escaldante,
Que reluz o suor nos rostos de uma cidade,
Que vagueia na obsessão do sonho Dante,
Carros e buzinas, gritos e gemidos anônimos,
Que traduz a leitura na expectativa do jornal,
Que corre as notícias em seus sinônimos,
De uma Barras com seu riso marginal,
Que aquece humanamente seus antônimos,
No calor gélido do asfalto surreal.