Enquanto os pingos de poesia
Dão transparência às vidraças
Os homens plantam moedas
E botam a vida na poupança
Enquanto enterram esperança
No deserto árido da alma
Os homens matam os poetas
Que moram em bancos de praça
Enquanto os versos florescem
No verde do meu capim
Os homens despem suas asas
E apertam o nó da gravata
Enquanto inundam suas casas
Com relógios, grades e medos
Os homens secam a cascata
Das rimas dos seus jardins