Poesia

Júbilo Torpe de Cada Dia


Ri-se de tudo no dia de hoje.

Ri – se da vida, das pessoas, do clima.

Ri – se da prosopopeia da vida moderna, que se aglutina ao quotidiano inócuo.

Ri – se do padeiro, do jornaleiro, do twiteiro.

Ri – se do blogueiro, do facebooker, ri – se da dona de casa.


A vida passa num imenso carnaval de risos

De mil faces abertas ao mundo.

Ri – se de facas, de armas. Ri-se da cidade.

Ri – se da politica, dos políticos, dos deputados, principalmente, ri – se.


Ri-se da educação, da falta de dinheiro, ri – se dos marginais.

Ri – se dos homicidas, dos trucidados e dos roubadores,

Ri- se do simulacro, da face podre, das chagas dos meninos das ruas.

Do crack no quarto do teu filho, ri-se.


A vida passa num imenso carnaval de risos

De mil faces abertas ao mundo.

Ri – se do mundo e o mundo ri do Brasil,

A República escondida na América baixa,

Que há tempos está em ascensão.

Ri- se da face negra, obscura e indigesta, que esconde o país do Carnaval.

Natália S D Bonfim Natália S D Bonfim Autor
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