Ri-se de tudo no dia de hoje.
Ri – se da vida, das pessoas, do clima.
Ri – se da prosopopeia da vida moderna, que se aglutina ao quotidiano inócuo.
Ri – se do padeiro, do jornaleiro, do twiteiro.
Ri – se do blogueiro, do facebooker, ri – se da dona de casa.
A vida passa num imenso carnaval de risos
De mil faces abertas ao mundo.
Ri – se de facas, de armas. Ri-se da cidade.
Ri – se da politica, dos políticos, dos deputados, principalmente, ri – se.
Ri-se da educação, da falta de dinheiro, ri – se dos marginais.
Ri – se dos homicidas, dos trucidados e dos roubadores,
Ri- se do simulacro, da face podre, das chagas dos meninos das ruas.
Do crack no quarto do teu filho, ri-se.
A vida passa num imenso carnaval de risos
De mil faces abertas ao mundo.
Ri – se do mundo e o mundo ri do Brasil,
A República escondida na América baixa,
Que há tempos está em ascensão.
Ri- se da face negra, obscura e indigesta, que esconde o país do Carnaval.