Brinco de existir,
Criança ingênua,
Depois de ingerir
Um vinho vagabundo
E uma vagabunda qualquer
E me dilacero em risos
Em espasmos paraísos
Nesses espaços crús,
Ao pé da cruz,
Sem dó, nem fé.
Brinco de existir
E sofro tanto.
De pranto envergo,
A cabeça toca o chão.
Sem nenhum cigarro,
Sofro com o escarro
Esses carros,
Essa prisão.
Eu não sou nenhum anfitrião,
Nem dou esmolas a quem pede.
Mas me diga,
Quem me impede
De pedir ou dar
Ao menos solidão?