A poesia é a radiografia da alma.
Dobal era etéreo em gás indefinido
Já que poeta não tem carne no corpo.
Não veio do pó nem a ele retornará.
Poeta tem alma nascida desaprisionada.
As provações são poesias pessoais,
Os sofrimentos parecem não doer,
Calejados das reencarnações repetidas.
As inspirações são pensamentos coletivos
De espíritos em confraternizações de feriados.
Sua boca, um canal de voz calado.
Era dono das palavras sempre mudas.
Seus pensamentos levitavam como auréola.
A caneta sequer se importava com o papel,
Sua alma, de tão exposta, é sentida na sua obra.
Hindemburgo, numa vida de muitas vidas,
Deve estar arrumando sua velha trouxa
E pegando carona de volta pra casa.
Fotografia: Tânia Martins
Obra registrada no EDA.