Poesia

Cartas de Navegação I

Cartas de Navegação I


O barco balança
As ondas oscilam
Subindo e descendo
O barco já vai

As ondas se chocam
O barco balança
O barco vai indo
Lá vai,lá vai

O céu já chora
O mar se agita
O barco já vibra
O marinheiro só grita

O céu fica limpo
O equilíbrio harmoniza o mar
O barco fica constante
O marinheiro se agita.

O marinheiro se agita
Tem terra à vista
É lá,onde encontrará?

O barco vai indo
A terra vem vindo
O marinheiro desce
O coração floresce

As pupilas dilatam
A mente enlouquece
O coração se contrai
O marinheiro se alegra.

Encontra terra árida
Encontra água salobra
Não era o que pensava
Não era,não era.

Procura terra fértil
Procura água doce
Para semear a semente
A semente é o amor.

Não desiste facilmente
Se engana com ilusões
O marinheiro vai navegando
Navegando pelo amor

O Senhor fez o céu chorar
Para a língua dele refrescar
Para suas células metabolizar
A esperança de a encontrar.

Lá se vai o poeta
Do horizonte já vai sumindo
O marinheiro só ver imensidão
Onde estará a terra da germinação?

As letras pulam do barco
Se agitam no harmonioso mar
Cada uma em seu lugar
Até palavras formar

Cada palavra em seu lugar
Cada palavra a formar
Formar frases
Formar versos

As gotas descentralizam o verso
Já não se sabe o que pensar
Não desistirá o poeta
Continuará a navegar.

Lá se vai o barco
Lá se vai o marinheiro
Lá se vai o poeta
Lá se vai o dia,é hora de descansar.

Chegado a dia
Continua a procurar
Mas a cada dia uma tempestade
Mas firmada na rocha estar

Lá vem o vento
O barco agora andará
Lá vem a brisa
O Senhor logo falará.

A brisa conta
Que a terra estar ao esperar
Que cuide da semente
Que ela logo germinará.

O barco já partiu
O vento ajudou
Onde irá o marinheiro?
Encontrará o seu amor?

Ayriston  Júnior Ayriston Júnior Autor
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