Poesia

LIMONADA PIAUIENSE

LIMONADA PIAUIENSE OU

“É FELIZ QUEM VIVE AQUI”

Zeh Doidin



Homem de Deus, tome tento,
Deixe de ser abestado,
Num precisa ter soberba,
Mas nunca fique calado:
Nunca falta um calabrei
Prum sujeito apresentado.



Procure botar de lado,
Complexo de vira-lata,
Sem querer ser da elite,
Ou ser da soçaite a nata;
Pense: sou destemido,
Comigo ata ou desata.


Pra nascer num fiz a cata
E nasci no Piauí.
E só pra ser mais preciso,
Na puba, no P’ripiri.
Nasci e aqui me criei
Onde um lema eu aprendi:

É feliz quem vive aqui,
Por isso se por acaso
Alguém vier lhe tratar
Com gozação ou descaso
Dê-lhe um chá de simancol,
Com uma pitada de arraso.


E se lhe vier ao caso;
Até quem não vale nada
Merece sempre resposta
Desde que seja bem dada,
Daquelas que passa a régua
Na pessoa apresentada;


Nunca se cale por nada.
Se vierem lhe dizer
Qui o Piauí fica aonde
Vento a curva vai fazer,
Num se acanhe, diga a eles:
Temos à nossa mercê


Condições de exercer
Melhor, esportes a vela,
Gerar energia eólica,
Limpa, pura, boa e bela,
Pra ajudar o planeta
E fazer bom uso dela.

Se pur acaso algum fela
Lhe disser: aqui é quente.
Pode afirmar qui é ,
Como todo mundo sente.
Aqui o sol brilha mais,
Pur isso, naturalmente,


Dá, nosso sol mais ardente,
Luz e calor ideal
Para melhor cultivar,
Toda fruta tropical.
Vai querer me convencer
Qui isso num é legal !


E se acaso algum boçal
Diz qui é seco o Piauí.
Diga qui ele estudou
Num livro qui nunca li.
Pois a mais abençoada
Das terras qui eu já vi,


É sem dúvida essa daqui
Dentre as qui são nordestina:
O maior lençol freático
Qui o mundo tem, nos destina;
E o maior rio do nordeste
É o qui banha Teresina.

Não pur sorte, nem pur sina,
Tem rio pra todo lado,
Tem barragens, tem lagoas,
Prá projetos irrigados,
Pra lazer, pro criatório
E pra cultura do pescado.


Se disser, um despeitado:
Ai tem petróleo não !
Diga, qui no Piauí.
Somos gente de ação,
Energia pura, limpa
E anti-poluição,


Por um mundo mais irmão,
- Energia renovável -
É a nossa vocação
Produzimos biodiesel,
Combustível do futuro,
Por um mundo praticável.


O nosso povo adorável
Qui já foi o pioneiro,
Tem potencial pra ser
O maior, e o primeiro
Produtor de combustível
Renovável brasileiro.
E se de modo rasteiro,
Falarem qui o litoral
Do Piauí é pequeno,
É o menor e coisa e tal . . .
Diga que pode ser.
Mas qui não há outro igual.


Se reparar bem, ou mal !
Temos delta em mar aberto,
É o único das Américas,
Beleza, assim esteja certo
Não haverá de encontrar
Nem por longe, nem por perto.


E seja um garoto esperto,
Diga-lhe, sem cerimônia;
Temos peixe boi marinho
Na foz do rio timonha
Praias qui são maravilhas.
Não tem lençóis, mas tem fronha!

Ai, cabra vei, se imponha,
Se chamarem primitivo
O povo piauiense.
Encha o peito de orgulho
E diga em tom altivo:
Somos o berço do homem
Americano nativo,
Isso é imperativo.
Mas se disserem que é pobre
A nossa economia;
Diga-lhe, de forma nobre;
Crescemos além da média!
Há por que assim me cobre !?


Pois se há algo qui sobre
Aqui, é oportunidade,
Prova de qui somos ricos
Desde a antiguidade;
O que aponta um futuro
De muita prosperidade.


Se falarem por maldade:
Qui a saúde tem problema !
Diga qui todo mundo
Sofre com esse dilema.
Mas a nossa medicina,
Nossa rede e sistema


É referência no tema:
No nordeste e do norte.
Vem gente de toda parte,
De todo feitio e sorte
E qui a nossa estrutura,
Vem sempre dando suporte,

Sem distinção e sem corte.
E que nosso tratamento
Começa ao receber;
O nosso comportamento,
Nosso jeito hospitaleiro
Neste acontecimento,


Qui pelo padecimento
Merece essa gentileza,
Posto qui pra nossa gente
É costume essa proeza;
Receber bem as pessoas
É de nossa natureza.


Diga a ele: com certeza
A escola brasileira,
Melhor do ensino médio;
É nossa, nem qui num queira;
E a estrutura de ensino,
Do começo à derradeira


É toda, toda de primeira,
Seja pública ou privada.
A rede universitária,
É referência estruturada
E pra toda a região
Nós servimos de escada.

Nunca se acanhe por nada
E se isso lhe consola,
Ofereça ao conversante
O uso de nossa escola,
Pra qui ele aprenda melhor,
Quem sabe, até baixe a bola


E pare de ser gabola .
Dê um tranco no cumpade,
Se ele quiser relaxar
Nossa produtividade,
Diz qui somos recordistas
Mesmo sem publicidade,


Em nossa capacidade
De soja e algodão,
Não temos a quem temer
Quando se fala de grão.
Em cera de carnaúba,
Temos maior produção,


E não para nisso não;
Falando-se em mel e bode,
Nós podemos pabular
Mesmo qui isso incomode.
Mel natural e orgânico
E com produção recorde.

A caprinocultura , um ode:
Rebanho de qualidade,
Sendo também o segundo
No item da quantidade.
Veja pois, você o leque
Só de possibilidade

Que a nossa terra invade.
Seja amigo, delicado,
Faça um convite ao marmanjo
Pra conhecer nosso estado,
E aproveitar das belezas
Abundantes neste lado.

Simplicio M Oliveira Simplicio M Oliveira Autor
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