Poesia

Coisas Acasas


Dar cabo das coisas acasas
Neologismos puros que existem
Se há casas que brincam caladas
E ao cabo da noite persistem.
Calar se faz necessário
Se a língua é mais solta que o vento
Se há coisas, coisas ou não
Nestas linhas frias que invento
Falar das coisas caladas
É o maior desafio que existe
E é fácil, com um pouco de sorte
- Se acaso a palavra persiste –
Calar-se com a própria morte
E fica à mercê do mundo
Perceber frio e ao fundo
Que calar é sentir-se forte.
A verdade é coisas acasas
São sempre caladas em si
E buscam confundir os tolos
Com sua razão de existir.
Há tempos que não falam nada
Pra profuso tempo palpar
Quando até eu sou coisa acasa
Calada, sem ser nem estar.

Francicleiton C Francicleiton C Autor
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