Dar cabo das coisas acasas
Neologismos puros que existem
Se há casas que brincam caladas
E ao cabo da noite persistem.
Calar se faz necessário
Se a língua é mais solta que o vento
Se há coisas, coisas ou não
Nestas linhas frias que invento
Falar das coisas caladas
É o maior desafio que existe
E é fácil, com um pouco de sorte
- Se acaso a palavra persiste –
Calar-se com a própria morte
E fica à mercê do mundo
Perceber frio e ao fundo
Que calar é sentir-se forte.
A verdade é coisas acasas
São sempre caladas em si
E buscam confundir os tolos
Com sua razão de existir.
Há tempos que não falam nada
Pra profuso tempo palpar
Quando até eu sou coisa acasa
Calada, sem ser nem estar.