Há tempos o que era concreto se dissolve no ar
Há tempos que acreditar nas pessoas era fácil
Há tempos o mundo está em descontrole.
Hoje já não sei em quem devo confiar.
Hoje se paro em uma esquina
Olho ao redor de mim
Preciso me vigiar.
Hoje vejo o que não queria vê nas pessoas
Vejo intrigas, maledicências, corrupção,
Vejo-os torcendo uns contra os outros,
Quando deveriam dar-se as mãos.
Vi o que não acreditei
Vi até briga de irmão,
O que não é novidade
Pois até para os pais
Já levantam as mãos.
O que ouve com os homens?
Qual o valor de uma relação?
Dão hoje com uma mão
Para amanhã receberem com a outra.
Quando dão a sua palavra,
Já não é algo certo, definido não é a razão,
É acreditar no vento, é a mais pura ilusão.