Poesia

Ciladas da vaidade

“...não se acharia grande diferença entre o que um julgava saber e o que o outro ignorava.” (J. Saramago)

“...cada um tem sua vaidade, e a vaidade de cada um é o seu esquecimento de que há outros com alma igual.” (Fernando Pessoa)


Dê-me a diferença inconsútil
Daquilo que tu mostras saber,
Nas vestes do que irei aprender;
Sorrirão faces soberbas
Com máscaras de tenazes paixões:
Uma que já testemunhou os fatos,
A outra que ignora seus atos.

Somos dualidades de egoístas opiniões!

Conquiste as páginas que ensinam
E as trancafie no aprender enraizado,
Igual pingente no transbordado;
Sofrerão cérebros de mentes podadas,
Em corpos de vísceras (des)iguais:
Um enriquecendo o sedentário,
O outro empobrecendo o proletário.

Somos egoismos iguais no inconsciente!

Adormeçam sob mantos cifrados
Onde se inebriam corpos iluminados,
Nas nuanças efêmeras usurpadas;
Cantarão almas outrora amordaçadas
pelas conquistas desniveladas:
É o ego atrelado ao desfecho do imundo,
Com suas cifras seduzindo os olhos do mundo!

A vida armando suas eternas ciladas

Kal Angelus Kal Angelus Autor
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