Poesia

Barba Ruiva

Barba Ruiva

ilustração: Rafael Nolêto

Fruto da história de amor proibido
Entre uma mulher rica e um homem falido.
Menino jogado no mais fundo cacimbão*
Foi abandonado sem nada na mão.

Por sorte de Deus não morreu afogado
O garoto cresceu no meio do alagado.
Tornou-se um homem crescido e forte
Lutou contra tudo e venceu a morte.

Ali na poçinha onde ele habitava
Formou-se a lagoa de Parnaguá
Um manancial de onde a água brotava
Ficou tão imensa, parecendo um mar.

No sul do Estado do Piauí
Tem gente que vê Barba-Ruiva surgir,
Emergindo das Águas da lagoa encantada
Banhando tranquilo, o jovem ruivo nada.

Quando encontra uma donzela
Quer matar a solidão
Dá logo um beijo nela
Mas é carinho de irmão

Barba-Ruiva é carente
Não faz mal para ninguém.
Muita tristeza ele sente
Por nunca ter tido alguém.

Rafael Nolêto Rafael Nolêto Autor
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