Anos vazios

Muito tempo sofrível
Muito tempo sem ser audível
Passei meus últimos anos a sombra da incerteza
Passei meus últimos meses sem apreciar a beleza, do cotidiano
Sempre costumei virar a cara para comentários prontos
Conversas já faladas, palavras mal acabadas
Sempre me causaram náuseas
Sempre me fizeram achar que estava em um barco prestes a afundar
E afinal de contas, afundou e levou junto todos aquelas dúvidas e aflições, cortando de vez todos os fios
Restando apenas o som da ruína, de todos aqueles ano vazios.