Poesia

Os Anos

Perco muitos anos
Esperando um amor
Que talvez pudesse
Desfazer a mundana utopia
De que teus lábios toquem os meus
Algum dia...

Não quero te assustar
Com frases e histórias
De paraísos construídos
Sobre a derradeira palavra
Um “aceito!”, um “sim!”
Tudo que te trouxesse junto a mim

Tua imagem respira
A beleza do corpo e do coração
Rondo com olhos atentos
O fragmento da perfeição
Tua imagem penetra ao fundo
Já nem sei a diferença
Do minuto e o segundo

Um chamado
Impossível de ignorar
Aqui estou, condenado
À pena de te venerar

Não são teus olhos que fitam
É o interior que fala
Teu olhar é instrumento
Aspira o que exala

É mais que um ideal
Nasce todas as manhãs
O acreditar para querer
Sem teu amor
Nada resta senão padecer

Será que somente eu
Sei dos porquês?
E julgo severamente
O que não tem a sua vez?
Adormecer nos teus braços
Escapa de minha ânsia
Sempre longe
Tamanha distância
Aonde eu for
Sinto tua fragrância

Se em algum momento
Desconsiderei o que mais zelo
É por nunca te mostrar
Realmente o que quero

Por tudo que sinto
Não fujas de mim
A minha ruína
Começa assim

Recordações não me faltam
Teus sorrisos eu sei de cor
Cada curva de tua boca...

Perco muitos anos
Talvez cinco ou dez
Escorrem pelo limbo
Dessa fria cerração
Minha felicidade
Não existe sem tua paixão

Outubro/2013

Samuel Garcia Samuel Garcia Autor
Envie por e-mail
Denuncie