Poesia

CANTIGA DE MEDOS – II

​Olha, eu não conheço teus medos, não partilho dos teus segredos. Mas penso entender que a dor tem seu feitiço; não se esqueça disso.
A vida é um suspiro entre a cegonha e o além; o que há entre isso é o que se perde em outrem. É o que se guarda entre o mal e o bem.
Porque, depois disso, a carne sangra e se encarrega de reservar a nossa alma um lugar no seu velho vai e vem.
Sim, e parte sem te deixar ser seu próprio refém.
E, ao que se conhece, já não se pode dizer “amém”.


(Ias Rodriguez, 2017)

Ias Rodriguez Porto Ias Rodriguez Porto Autor
Envie por e-mail
Denuncie