Poesia

Travesti

Travesti
Para encarar meus medos travesti-me de ímpeto;
De soberba e gozo narcísico.
Me travesti na nudez da sobriedade imponente.
Me vesti sem serenidade.
Absurdamente me propus a dizer “Não quero ser, SOU!”
Louca, vestida de carne, de desejo, de Eros.
Não me contive e me travesti como Deusa.
Me travesti em riqueza, em riqueza de ser;
De ser livre, de poder gritar e dizer “Não mais me calo, vocês terão de me engolir.”.
Acabei com tudo, quebrei,
Cortei-me com meus próprios cacos.
E os juntei, mais que nunca afiados.
Saí ferido, porém ileso.
Me travesti de tudo o que queria, não deixei que me fitassem verbos não meus.
Amor ateu, olhai por eu.
Sandice, loucura, liberdade, GRITO.
Suor, beijo, ferida.
Me atormentam meus próprios demônios, porém os cativo, os amo.
Travesti-me do bem, do mal, vesti minhas faces e peles.
Se penei, se sofri, te digo que vivi.
Tra-vesti.

Valdim J J Vallentth Valdim J J Vallentth Autor
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